"Cap
de Gos". Caleta Arandes. L´Ametlla de Mar. Agosto 2005.
Autora
fotografía: Isabel Miralles.
AO
POETA
Meu querido amigo,
se não estás aqui, conmigo,
os meus poemas não têm algum sentido:
sinto o meu coração vazio.
Necessito das tuas palavras
nos meus poemas;
não me importa
que sejam boas ou más,
mas preciso delas, mesmo assim.
Só tu,
Me dás ou me tiras
a vontade de esrever;
necessito saber de ti.
Meu amigo,
lê o meu lamento,
lê o meu poema,
e pensa em meu coração,
pois não cesso de pensar no teu.
Amigo,
escuta a minha razão;
deixa que ela chegue
ao teu coração.
Autora:
Isabel Miralles
Traduzido por: Fernando da Costa Quintais
Mar que em noites silenciosas
levas a ilhas desertas
suspiros de sonhos rotos,
gritos calados
na porta da boca.
Murmúrios
de ondas de espuma e sal
sulcos na areia vazios de rastros
que ficaram desbotados
tentando alcançar as estrelas.
Vão desejo
de liberdade
perdido como agulha na areia
como gaivota embrenhada na praia
trás mil noites sem lua
e mil sonhos sem dono,
errantes como cego
sem mãos que os protejam.
SEM
TÍTULO
Em gaiola de cristal
repousando entre algodões
minh' alma é escrava
de pensamentos inertes
Por que chorar
a morte?
sem esperança na vida,
com as mãos amarradas
a uma promessa descumprida
Que esperar do
futuro?
Talvez... amor?
Não, só mais desesperança
Oxalá meus
desejos fossem asas
para voar com elas
sem ataduras... etérea
transformar-me
em nada
s
ó
Silêncio
TEU
NOME
Esse que sabe a mel
e a glória,
que se pronuncia breve
e fica apaixonado
na porta de minha boca.
Duas sílabas
enlaçadas
como corrente de flores
que enchem com seu aroma
os rincões de minh' alma.
Palavra curta,
exata,
que se mete na pele,
e dela se prende
como um novelo de lã.
Teu nome:
o que se estranha
o que se ama
o que não se esquece
e, as vezes,
também se odeia.
Palavra doce
a do nome amado,
o que nos seduz
e se nos fica preso
nas entranhas.
PAIXÃO
Na quietude sem calma
de anseios acaçapados como tigres em cio.
Céu cinza metálico
presságio de fantasmas despertando
à ânsias insatisfeitas por milhares de anos.
Sortilégios
da luz que enche
cada rinção de nosso templo
invocando, chorando,
qual mar embravecido
em cadência de dores
todos nossos desencantos.
Maremoto que tudo
o arrasa
transformando, revivendo,
o não vivido, o desejado.
Como brasa incandêscente
que tudo o queima
como furação preso nas entranhas.
ERES
És meu
mar
em minha areia,
meu sonho
em noites belas.
És horizonte
em meu céu,
meu gritar
em dias de silêncio.
És vela
em minha barca,
vento
em meu pensamento.
És meu
sol
em noites escuras,
vazias...
de luas.
És desejo
eterno...
como orvalho colado,
aos cristais
da minh' alma.